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Treinamento em manutenção vai garantir mais vida útil aos equipamentos e viaturas
Veículos que passaram por reparos nos batalhões do Exército Brasileiro foram entregues às políciais e à SEAP
A Intervenção Federal está capacitando equipes de policiais militares, policiais civis e inspetores de segurança e administração penitenciária para fazer manutenção em caminhões, retroescavadeiras, viaturas, armamentos leves como fuzis e pistolas, além de licitações para reparo em carros blindados. A qualificação desses profissionais, para que possam fazer reparos em seu material de trabalho, faz parte do legado que será deixado pelo Gabinete de Intervenção Federal (GIF).
O que é aprendido nestes cursos e treinamentos deverá ser repassado dentro dos quartéis. Com isso, espera-se reduzir a deterioração dos equipamentos e a necessidade de reposição antes do prazo.
O 1º Batalhão de Engenharia de Combate - “Batalhão Villagran Cabrita”, em Santa Cruz - tem sido um parceiro nesse trabalho. Nele ocorrem os cursos de mecânica de veículos pesados, do qual participaram dez policiais militares. A unidade se encarregou da reforma de nove viaturas, como caminhões, reboques e retroescavadeiras.
O Comandante do Pelotão de Manutenção do Batalhão e responsável pelo curso, Tenente Duarte, ressalta que o Exército faça o reparo, mas é fundamental que os policiais possam dar continuidade ao trabalho. Com o treinamento de duas semanas, o trabalho que era feito de maneira informal se tornou profissional. As aulas incluem orientações para a operação dos veículos. “Os militares aprenderam a limitação dos veículos e a maneira certa de manuseio”, conta o Tenente Duarte.
A 111ª Companhia de Apoio de Material Bélico e o Batalhão Central de Manutenção e Suprimentos (BCMS), ambos na Vila Militar, em Magalhães Bastos, também abriram suas oficinas para agentes das polícias e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). As duas organizações militares foram responsáveis pelo reparo nos carros e vans dos Órgãos de Segurança Pública (OSP) que se encontravam em estado precário devido à crise financeira do Estado.
De acordo com o Major Jonathas, comandante da 111ª Companhia de Apoio de Material Bélico, que foi responsável pela manutenção de viaturas não blindadas e pela coordenação deste curso, havia falhas simples de conservação e a ideia é que todo o aprendizado seja replicado. “Esses 13 agentes públicos serão os difusores em suas respectivas instituições da manutenção preventiva, o que vai proporcionar o aumento de disponibilidade desses veículos”, afirma.
O acesso aos cursos foi comemorado pelos órgãos de segurança pública. A delegada assistente da Polinter, Juliana Domingues, agradeceu a iniciativa do GIF. “O reparo foi muito importante porque não estávamos conseguindo trabalhar por conta do estado de nossos veículos”.
O Superintendente de Logística da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Lindomar Ferreira de Lima, destacou a importância dessa oportunidade oferecida pelo GIF. “É um grande legado e está sendo muito bem recebido. Esse curso nos dá mais autonomia e independência além de ter os carros sempre conservados”, disse.
Veículos blindados que estavam bastante deteriorados, devido às operações em comunidades do Rio, estão passando por manutenção completa. Pela complexidade, essas viaturas não podem sofrer manutenção nos batalhões e na Polícia Civil e é necessário fazer licitação de empresa especializada para o conserto.
Para que todo o processo seja feito de forma correta e ágil, o Tenente Coronel Audrin, comandante do Batalhão Central de Manutenção e Suprimentos, orientou os representantes dos Órgãos de Segurança Pública sobre os procedimentos. “A manutenção de um blindado exige uma infraestrutura que a polícia não tem. Então, o grande legado nesse sentido é a explicação de como se contrata empresas civis que serão alvos de licitação”.
Agentes de segurança também estão sendo treinados para fazer manutenção de fuzis e pistolas. O curso é ministrado no Batalhão de Manutenção e Suprimentos de Armamentos (BMSA). De acordo com o comandante da unidade, Tenente Coronel Régis, o batalhão tem feito manutenção em cerca de 60 fuzis a cada três semanas e ensinando aos agentes públicos da Polícia Militar como fazer o reparo. “Estamos fazendo adestramento para armeiros. A ideia é que eles possam manter o armamento em condições de uso e aprendam também a montagem”, disse.
Nas últimas semanas, foram entregues três veículos pesados ao Bope e onze viaturas ao Grupamento Aeromóvel da PM, à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) e à Polícia Civil.